terça-feira, 2 de agosto de 2016

Impressões de uma aluna após a primeira sessão da Técnica Alexander...


Nádia Sussman, 35 anos, americana, residente no Rio de Janeiro e jornalista multimídia, é correspondente dos jornais The Guardian, The Washington Post, The New York Times, entre outros. De passagem por Fortaleza em maio deste ano, conheceu Geórgia Dias, com quem fez uma aula experimental da Técnica Alexander.
Nádia sente incômodos, desde a adolescência, devido a uma acentuada curvatura nas costas, motivo porque se interessou em fazer uma aula experimental da Técnica Alexander. Curvas na coluna vertebral são normais, desde que não sejam acentuadas. Para Geórgia Dias, Nádia tem um colapso na cervical e no tórax, que fica mais visível quando ela senta para trabalhar. A jornalista utiliza o notebook com frequência e intensidade, seja para editar imagens, seja para pesquisar, ler e escrever, demandas diárias da profissão. Nádia descreve o que sentiu em sua primeira aula:
“Eu sinto como se eu tivesse (tido) uma massagem, mas não é exatamente uma massagem, porque aquela coisa de sentir as articulações totalmente livres, o corpo balançando... Assim: eu estou num equilíbrio só com o peso indo pra baixo ao invés de suportar o peso, é tipo... fluindo. E é muito estranha a sensação quando ela (Geórgia) mexe, mexe, mexe com a minha perna, por exemplo, e chega ao ponto que eu não estou fazendo nenhum esforço e o peso solta, tipo, caíndo, assim, na mesa (local onde o aluno permanece em semisupina durante a aula) e eu sinto que não estou fazendo nada, mas me sinto mais livre, com mais energia; é legal mesmo chegar a esse ponto.”
Um aspecto que chamou a atenção de Nádia durante a sessão da Técnica Alexander foi perceber muitos micromovimentos acontecendo no corpo enquanto não fazia nada, apenas se mantinha deitada em semisupina. Segundo sua experiência, demora até chegar ao ponto de não tensionar os músculos.
“No começo, eu precisava pensar e pensar para chegar ao ponto de não precisar fazer isso (tensionar), mas depois... É como se eu fosse água e tivesse alguns minúsculos peixinhos nadando na água, mas eu sou só água... É como sentir que as coisas que estão acontecendo no meu corpo estão acontecendo independe da minha vontade, acontecendo de um jeito mais livre. Mas, é como estar observando aqueles movimentos dentro do corpo sem resistir, só acontecem; é bem legal”.
Nesse momento, Nádia percebe o corpo em conflito entre o hábito e as novas sensações, então reage tentando manter o estado atual:
“Já estou sentindo meus músculos querendo (crrrr) reverter. Não, não, eu quero voltar para o sem-esforço...”.  
Numa primeira sessão da Técnica Alexander, desde que o aluno se entregue à experiência, é possível usufruir de sensações de leveza e plenitude e vislumbrar a conquista de um corpo mais saudável. Contudo, mudanças são desafios cotidianos e requerem do aluno força de vontade e disciplina, assim, somente a prática regular poderá trazer os benefícios desejados de um corpo mais saudável. Ao final de seu depoimento, Nádia Sussman compara a serpente e a viga para falar de seu novo estado de consciência em relação à sua coluna vertebral:
“Você sabe aquele brinquedo que fazem para crianças, serpente de madeira, que tem movimento supernatural, é só você segurar e parece que (faz onomatopéia da fluidez da serpente)? É como chegar à coluna dessa serpente em vez de ter a idéia de que a coluna fica como uma viga...”.  
O ereto não é reto! E isso é tema de futuro texto para este blog.


Marta Aurélia 01-08-2016
Para o Blog da Geórgia Dias

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